domingo, 10 de outubro de 2010

Maha-Mangala Sutta - A Proteção Suprema

Assim ouvi. Em certa ocasião o Abençoado estava em Savathi no Bosque de Jeta, no Parque de Anathapindika. Então, quando a noite estava bem avançada, uma certa devata com belíssima aparência que iluminou todo o Bosque de Jeta, se aproximou do Abençoado. Ao se aproximar ela homenageou o Abençoado e ficando em pé a um lado a devata disse: Muitos devas e seres humanos desejando a felicidade, pensam na proteção. Diga-me então, qual é a proteção suprema. O Buda: Não se associar com os tolos, associar-se com os sábios, demonstrar respeito àqueles dignos de respeito: Essa é a proteção suprema. Viver num local adequado,[1] ter realizado méritos no passado, portar-se de maneira correta:[2] Essa é a proteção suprema. Conhecimento amplo e habilidade,[3] bem treinado na disciplina,[4] linguagem proveitosa: [5] Essa é a proteção suprema. Sustentar o pai e a mãe, zelar pela esposa e filhos, dedicar-se a uma ocupação pacífica: Essa é a proteção suprema. Generosidade, conduta íntegra,[6] auxiliar os parentes, praticar ações que não sejam passíveis de censura: Essa é a proteção suprema. Evitar e abster-se daquilo que é ruim e prejudicial; abster-se do que provoca embriaguez, estar atento às qualidades da mente: Essa é a proteção suprema. Respeito e humildade, satisfação e gratidão, ouvir o Dhamma em ocasiões oportunas: Essa é a proteção suprema. Paciência e obediência, visitar os contemplativos, discutir o Dhamma em ocasiões oportunas: Essa é a proteção suprema. Autocontrole, uma vida santa casta, compreender as Nobres Verdades, realizar Nibbana: Essa é a proteção suprema. Uma mente que não é tocada pelas vicissitudes do mundo,[7] livre da tristeza, purificada das impurezas, libertada do temor: Essa é a proteção suprema. Aqueles que assim agem, sempre invencíveis, estabelecidos na felicidade: Para eles essas são as proteções supremas. Notas: 1] Qualquer local no qual residam monges, monjas e discípulos leigos; no qual pessoas devotas se dedicam a praticar as dez ações meritórias, e onde o Dhamma exista como princípio de vida. [2] Tomar a decisão correta de abandonar a não virtude em favor da virtude, a ausência de fé em favor da fé e o egoísmo em favor da generosidade. [Retorna] [3] Habilidade para realizar as tarefas de um chefe de família ou de um monástico, sem causar dano a ninguém e sem que nada de ruim seja feito. [4] Vinaya significa disciplina nos pensamentos, linguagem e ação. O comentário fala de dois tipos de disciplina – do chefe de família, que compreende abster-se dos dez tipos de ações ruins e prejudiciais (akusala-kammapatha), e dos monges que é seguir as regras do Patimokkha, o código de disciplina monástica. [5] A linguagem proveitosa é aquela que é oportuna, verdadeira, amistosa, benéfica e dita com pensamentos de amor bondade. [6] Conduta íntegra é praticar as dez ações benéficas (kusala-kammapatha) com os pensamentos, linguagem e ação: libertar a mente da cobiça, má vontade e entendimento incorreto; evitar a linguagem mentirosa, maliciosa, grosseira e frívola; e não matar, roubar, praticar atos sexuais inapropriados. [7] As vicissitudes do mundo são oito em número: ganho e perda, fama e má reputação, elogio e crítica, alegria e tristeza. Este verso se refere ao estado mental de um arahant.

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